Você se sente bem? Se sente o(a) “incrível”? Espero que sim, pois nossa natureza é para nos sentirmos felizes, realizados e cheios de vigor. No entanto, por mais perfeito que possamos ser ou sentir, sempre há algo que atrapalha e que nos coloca lá para baixo. Sempre vai existir a imperfeição, ou melhor, um defeito.
E o quanto estamos prontos para aceitar esses “defeitos”? O fato é que estamos a cada momento nos julgando. Algumas vezes nos achamos o “máximo” e estamos de bem com a vida. Muitas vezes nos odiamos. E o pior é que encontramos inúmeras razões para isso.
Como maneira de acabarmos com isso, na EFT buscamos sempre o caminho da autocompaixão. Isso porque enquanto houver resistência e crítica aos nossos defeitos, não haverá a cura. No trabalho da EFT, para nos prepararmos para anular a resistência, sempre falamos uma frase que é mais ou menos assim: “Apesar desse meu problema, eu me aceito e me amo como eu sou”. Ou seja, eu reconheço que eu tenho um problema e ainda assim eu me aceito de qualquer maneira.
Isso é autocompaixão, se sentir bem e se amar apesar de todas as adversidades. Pode se dar o argumento que amar a si mesmo é narcisismo. Afinal, aprendemos que temos que ser humildes e pensar no próximo. Mas como podemos fazer o bem para o próximo se não conseguimos estar bem e fazer o bem para nós mesmos?
Em uma situação narcisista, nos cegamos aos defeitos. É bem diferente de sentir o verdadeiro amor incondicional: apesar desse meu problema, eu ainda assim me amo de qualquer maneira.
Outro argumento, também, é que seria bastante nocivo se nos sentíssemos “incríveis”. Em um mundo competitivo, você vai se sentir incrível de acordo com a comparação e o julgamento de que outros não o são! E o pior, temos que ganhar de qualquer modo, caso contrário seremos taxados pelos outros e por nós mesmos como perdedores.
Por isso a nossa crítica áspera contra nós mesmos. Temos que sair ganhando para poder sobreviver. O fato é que essa autocrítica é totalmente contraproducente. O que acontece com uma criança quando seu pai ralha e a critica por ter errado ou ido mal na escola? Provavelmente irá perder a fé em si mesma e tornar-se um adulto inseguro. O ideal é o pai agir com compaixão, abraçar seu filho e fazê-lo sentir que mesmo tendo errado, seu pai o ama de qualquer maneira.
Da mesma forma, nós também precisamos dessa compaixão e compreensão. Mais do que isso, precisamos de um abraço! Se continuarmos sendo tão duros conosco mesmo, vamos terminar perdendo a fé na vida e em nós mesmos.
A EFT, em seu protocolo de dar leves batidas em certos pontos energéticos, não é nada mais do que uma maneira de nós próprios estamos nos abraçando. E o quanto precisamos desse abraço!
Só para termos uma ideia de o quanto nos aceitamos, tente responder essas perguntas:
• Você está em paz com o seu passado?
• Conseguiria viver tranquilo em seu momento presente?
• O quanto você repreende e critica as suas limitações?
• Você conseguiria parar de culpar os outros pelos seus próprios problemas e assim ser responsável pela sua própria felicidade?
• Você acha que precisa se autocriticar, caso contrário poderá estar sendo muito indulgente consigo mesmo(a)?
• Você acha que se não for duro(a) consigo, não irá aprender nunca?
• Você acreditaria que atrás de cada defeito seu existe na verdade um grande tesouro a ser desvendado?
• Você conseguiria tratar a si mesmo(a) de maneira tão bondosa e compassiva como trataria alguém que ama?
• Como você reage ao que acontece em sua vida?
• Você teria coragem de dizer a alguém aquilo que você diz a você em reprimenda a seus próprios defeitos?
O fato é que estamos sendo muito cruéis conosco mesmo. E na maioria das vezes, nos comparamos com alguém mais. O problema é que em uma comparação existe o separatismo e o perdedor. Resultado é que nos sentimos sós, inseguros e perdedores!
E a solução é nos sentirmos aceitos, acatados nesse mundo e, mais do que tudo, abraçados.
Esse abraço que damos em nós mesmos libera nossos traumas e amarguras e nos traz o sentimento de segurança. Não importa o quão difícil possa ser essa aceitação de si próprio(a) e esse abraço, o caminho da cura começa, passa e termina por aí.
Portanto o trabalho da EFT: “Apesar desse meu problema, eu procuro me aceitar e me amar como eu sou, mesmo tendo esse problema!”