Há certas pesquisas que mostram que quem se beneficia mais com a terapia é quem é capaz de se conectar com a sua “outra parte”, ou seja, quem é capaz de entrar em contato com o problema como se fosse um expectador ou observador.
O quanto você consegue interagir com o seu lado problemático? Está na hora de mudar o foco, pois você não é o problema!
Talvez essa simples mudança na abordagem possa causar uma enorme diferença no resultado.
Como? Identifique um problema que afete você. E foque no sentimento. Então, diga o problema (sentimento) em voz alta: “eu me sinto…” ou “eu tenho…” e note o que você experimenta.
Depois, continuando com o foco no problema, diga em voz alta: “Algo dentro de mim sente…” ou “Uma parte de mim tem…”.
Note a diferença ao falar dessa maneira. Essa pequena mudança na maneira de falar cria um sentimento de separação ou distanciamento entre você e o que você sente. Isso facilita o tratamento, fazendo com que o problema fique menor. Você não se identifica mais com o problema.
Isso porque, quando você diz “eu sinto…” ou “eu tenho…” ou “eu estou…” você se identifica com o problema. Isso faz com que o seu “eu” se torne o problema. Envolvendo-se assim, você dificilmente encontra uma saída desse dilema. Sendo sua identidade, dificilmente você conseguirá se livrar do problema.
Porém, quando você diz “algo dentro de mim sente/está/tem…” você se distancia da questão e considera apenas que esses pensamentos e sentimentos são uma parte de si mesmo(a).
Apesar de parecer apenas um pequeno detalhe, isso pode causar uma diferença com ótimos resultados. Os sentimentos e pensamentos podem fazer parte de nosso ser, mas vêm e vão rapidamente. Além do que, pensar dessa maneira faz com que o problema se apequene. Ao compreender que apenas uma parte de você tem o problema, e não todo o seu ser, você na hora já se vê maior que o problema. Isso é de enorme ajuda.
Ao se tornar o(a) observador(a), você fica mais presente sobre o problema, ao contrário de ser dominado(a) pelo problema. Dessa maneira, há espaço para as diferentes partes dentro de si conviverem mutuamente.
Na EFT tradicional, você trabalha descrevendo o problema: “Mesmo que eu tenha esse problema, eu me aceito profundamente”
Ao se identificar com esse “eu” que tem o problema, você sem querer dificulta ainda mais a cura do problema.
E se você pudesse se distanciar do problema, dirigindo-se àquela parte dentro de si? Isso seria bem melhor.
“Mesmo que exista uma parte em mim que tem esse problema, eu ainda assim me aceito profundamente.”
Com esse distanciamento, a cura para os sentimentos negativos pode ser muito mais rápida.
Teste você mesmo(a), adaptando as frases abaixo para o seu problema:
Ponto do caratê:
“Mesmo que uma parte dentro de mim tenha…, eu ainda assim me aceito profundamente.”
“Mesmo que alguma parte dentro de mim tenha (esse problema), eu ainda assim me amo como eu sou.”
“Mesmo que alguma parte em mim esteja com…, eu me aceito profunda e completamente.”
E nos diferentes pontos, você pode repetir:
Sobrancelha: Uma parte dentro de mim tem esse…
Lado do olho: Essa parte dentro de mim reclama.
Embaixo do olho: É uma parte de mim.
Embaixo do nariz: Que sente esse problema.
Queixo: Essa parte dentro de mim.
Clavícula: Essa parte dentro de mim está…
Embaixo do braço: E sofre.
Em cima da cabeça: É essa parte dentro de mim.
Sobrancelha: Mas é apenas uma parte de mim.
Lado do olho: E não todo o meu ser.
Embaixo do olho: Sendo apenas uma parte de mim…
Embaixo do nariz: Eu tenho domínio sobre ela.
Queixo: Eu me vejo como um ser total e saudável.
Clavícula: O que tem problema é apenas uma parte de mim.
Embaixo do braço: E eu escolho sarar essa parte também.
Em cima da cabeça: E alcançar o equilíbrio em todo o meu ser.
Espero que este exercício possa ajudar em sua busca da autocura. Deixe sua opinião, comentário ou resultado no quadro abaixo.
Abraços, Enéas